
Para os interessados no novo jazz britânico, há novidades importantes: os Ishmael Ensemble estão a preparar-se para a sua primeira digressão ibérica. A banda de Bristol atuará no Hard Club, no Porto, a 13 de dezembro, no LAV – Lisboa ao Vivo, a 14 de dezembro, e por fim, no Lau Nau, em Barcelona, a 16 de dezembro.
Jazztronica? Nu jazz? Future jazz? Jazz de fusão? Pouco importa. A música da banda liderada por Pete Cunningham é fresca e cativante, refletindo plenamente o ecletismo sonoro que se respira em Bristol. Nos últimos anos, os Ishmael Ensemble lançaram três álbuns: A State of Flow (2019), Visions of Light (2021) e Versions of Light (2022), sendo este último uma coleção de reworks, remixes e versões reimaginadas por colaboradores próximos. Todos representam trabalhos que estabelecem ligações entre diferentes estéticas musicais, sempre com o objetivo principal de alcançar o ponto de tensão ideal entre a música ao vivo e a música eletrónica.
Além desses álbuns de estúdio, este ano pudemos também ouvir novas misturas em que o dub, reggae, hip hop e o spoken-word enriquecem a musicalidade dos Ishmael Ensemble. Os EPs New Era — criado em colaboração com Rider Shafique — e In A Dub Style — ao qual se juntaram também os icónicos bristolianos DJ Stryda & Digistep aka Dubkasm — testemunham que estamos perante artistas completos e versáteis, capazes de observar o zeitgeist e incorporá-lo no seu trabalho.
Numa entrevista muito franca e direta, ainda que realizada por Zoom, conversámos com o multi-instrumentista e compositor Pete Cunningham acerca das suas expectativas para as datas em Portugal, o desenvolvimento de material para o próximo álbum, dinâmicas de grupo e de composição, a influência do dub na música do Reino Unido, e também sobre a etiqueta Severn Songs, a qual tem lançado a maioria dos trabalhos do grupo e seus associados. O resultado é uma leitura essencial para compreender os talentos de alguém em busca da síntese perfeita.
Entrevista completa para ler em Rimas e Batidas.