Por altura do décimo aniversário da 22a, Ed Cawthorne, aka Tenderlonious, anda na estrada a apresentar música da sua eclética editora. Na passada sexta-feira, 10 de Novembro, vimo-lo em Brighton, no A L P H A B E T, acompanhado de uma formação que se juntou propositadamente para este gig — “a hand-picked one-off line-up for a evening of improvisation and classic tracks from the label”, lia-se no cartaz publicitário do concerto. Impossível de resistir a uma proposta destas? Muito provavelmente…

Se é desafiador perceber como Cawthorne consegue conciliar os papeis de músico e gestor da 22a, com a vida familiar e um trabalho das 9 as 5, exercício menos exigente passará por perceber de onde vem a música deste south londoner de gema. Para isso, basta, com ele, conviver por breves instantes: o calão do seu vocabulário aliado a uma atitude sem rodeios contrastam com a exigência teórico-prática da música que produz e dos instrumentos que domina. Em nenhum momento sentimos estarmos perante universos ontologicamente separados; pelo contrário, exemplos deste tipo de personalidade singular são tão raros que somos imediatamente atraídos pelo seu magnetismo. E, claro está, é justamente dessa fusão entre uma certa urbanidade londrina e um conjunto de predicados musicais superiores que surge a música da qual Tenderlonious é autor.


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